sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Desertos

Deserto, em geografia, é uma região que recebe pouca precipitação pluviométrica. Como consequência, os desertos têm a reputação de serem capazes de sustentar pouca vida. Comparando-se com regiões mais úmidas isto pode ser verdade, porém, examinando-se mais detalhadamente, os desertos frequentemente abrigam uma riqueza de vida que normalmente permanece escondida (especialmente durante o dia) para conservar umidade. Aproximadamente 20% da superfície continental da Terra são desérticos.
As paisagens desérticas têm alguns elementos em comum. O solo do deserto é principalmente composto de areia, e dunas podem estar presentes. Paisagens de solo rochoso são típicas, e refletem o reduzido desenvolvimento do solo e a escassez de vegetação. As terras baixas podem ser planícies cobertas com sal. Os processos de erosão eólica (isto é, provocados pelo vento) são importantes fatores na formação de paisagens desérticas.
Os desertos algumas vezes contêm depósitos minerais valiosos que foram formados no ambiente árido ou que foram expostos pela erosão. Por serem locais secos, os desertos são locais ideais para a preservação de artefatos humanos e fósseis. Sua vegetação é constituída por gramíneas e pequenos arbustos, é rala e espaçada, ocupando apenas lugares em que a pouca água existente pode se acumular (fendas do solo ou debaixo das rochas). As maiores regiões desérticas do globo situam-se na África (deserto do Saara) e na Ásia (deserto de Gobi).
A fauna predominante no deserto é composta por animais roedores (ratos-cangurus), por répteis (serpentes e lagartos), e por insetos. Os animais e plantas têm marcantes adaptações à falta de água. Muitos animais saem das tocas somente à noite, e outros podem passar a vida inteira sem beber água, extraindo-a do alimento que ingerem.

Áreas desérticas pelo mundo.

Tipos de Desertos

A maioria das classificações repousa numa combinação de número de dias de chuva por ano, a quantidade pluviométrica anual, temperatura, umidade e outros fatores. Em 1953, Peveril Meigs dividiu as regiões desérticas da terra em três categorias, de acordo com o total de chuva que recebiam. Por este sistema, hoje amplamente aceito, terras extremamente áridas são as que têm pelo menos 12 meses consecutivos sem chuva; terras áridas têm menos de 250 milímetros de chuva anual, e terras semi-áridas têm uma média de precipitação anual entre 250 e 500 milímetros. As terras áridas e extremamente áridas são os desertos, e terras semi-áridas cobertas de gramíneas geralmente são chamadas de estepes.
No entanto, a aridez sozinha não fornece uma descrição exata do que é um deserto. Por exemplo: a cidade de Phoenix, no estado do Arizona nos EUA, recebe menos de 250 mm (10 polegadas) de chuva por ano, e é imediatamente reconhecida como sendo localizada em um deserto. Porém, algumas regiões gélidas do Alasca ou da Antártida também recebem menos de 250 mm de chuva por ano, e por isso podem ser consideradas desertos.
A diferença reside no processo de evapotranspiração. A evapotranspiração é a combinação de perda de água por evaporação atmosférica da água do solo, junto com a perda de água também em forma de vapor, através dos processos vitais das plantas. O potencial de evapotranspiração é, portanto, a quantidade de água que poderia evaporar numa dada região. A cidade de Tucson, no Arizona, recebe uns 300 mm (12 polegadas) anuais de chuva, no entanto, uns 2500 mm, (100 polegadas) de água poderiam evaporar no período de um ano. Em outras palavras, significa que quase 8 vezes mais água poderia evaporar da região do que normalmente cai. Já as taxas de evapotranspiração em regiões do Alasca são bastante inferiores; então, mesmo recebendo precipitações mínimas, estas regiões específicas são bem diferentes da definição mais simples de um deserto: um lugar onde a evaporação supera o total da precipitação pluviométrica. A principal característica de um deserto é a seca.

Dunas no Deserto do Namibe (Angola).

Nenhum comentário:

Postar um comentário